Acreditamos que ao ingressarmos na Central Sindical que já agregava o maior número de comerciários no Brasil, vamos potencializar seu poder de mobilização e de luta; afinal representamos mais de dois milhões e meio de trabalhadores


Com o passar dos anos, é natural que as Centrais Sindicais acabam ganhando perfis que as levam a serem mais identificadas com esta ou com aquela categoria de trabalhadores; fato que deve ser respeitado, considerando, por exemplo, que o número maior de representados de determinada categoria acaba dando uma característica predominante à da Central, sem desconsiderar seus demais representados.

A Central “A” pode ter como marca registrada a representação dos servidores públicos; já a Central “B” acaba sendo reconhecida como a Central dos metalúrgicos e assim por diante.

Ou seja, o perfil por setor de atividade se torna marcante.

Entretanto, esta diversidade e, no bom sentido, esses chamados rótulos NÃO têm impedido a unidade entre as Centrais.

Prova está na luta unitária que ora organizamos pela retomada das discussões em torno da Pauta Trabalhista, como se confirmará no grande ato do próximo dia 9 de abril aqui em São Paulo.

Com base nestes argumentos, nós, comerciários do Estado de São Paulo, iniciamos internamente conversas bem pontuadas e, a cada novo encontro, crescia em nós um sentimento de mudança de rumo.

Era preciso fortalecer a luta comerciária no Estado de São Paulo e em todo o Brasil.  

A tomada de decisão, democrática, como se vê nesta Assembleia, nos mostrou um único caminho: sugerir a filiação da nossa Federação e dos seus Filiados que assim desejassem a uma Central que aumentasse nossas representações nas bases e cujo DNA fosse verdadeiramente COMERCIÁRIO.

Não restou dúvidas, o caminho era um só: nos filiarmos à União Geral dos Trabalhadores, a UGT, uma Central que agrega as categorias mais atuantes do Brasil.

Sob a persistência do comerciário Ricardo Patah, a UGT atua em todo o Brasil com dirigentes experientes e combativos na defesa dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras brasileiros.

Apenas a título de ilustração desta atuação combativa, cito aqui a incansável luta do companheiro Patah pela conquista da Regulamentação da Profissão de Comerciário.

Conquista que vai fazer um ano no mês que vem; data que, para nossa alegria, vamos comemorar juntos, em 15 de março!

Aos meus companheiros e às minhas companheiras que, assim como eu, abriram mão de cargos importantes na Central a qual estávamos filiados, manifesto meus agradecimentos por mais uma demonstração de espírito de coletividade.    

Deixo o cargo de 1º Tesoureiro Nacional da Força Sindical; cargo que já fora ocupado pelo também comerciário Ricardo Patah, porque tenho certeza: ao nos filiarmos à UGT, estamos investindo no fortalecimento das bandeiras de luta da Central, sejam reivindicações comerciárias, sejam reivindicações dos trabalhadores em geral, como redução da jornada, fim do Fator Previdenciário e da ampliação das terceirizações.  

Acreditamos que ao ingressarmos na Central Sindical que já agregava o maior número de comerciários no Brasil, vamos potencializar seu poder de mobilização e de luta; afinal representamos mais de dois milhões e meio de comerciários no Brasil.

Com a nossa filiação quero crer que a UGT passe a representar mais de quatro milhões de comerciários no Brasil.

Confesso que nossa decisão foi considerada ousada por alguns dirigentes sindicais comerciários e também por sindicalistas de outras categorias.

Cientes de que não há efeito sem causa, ponderamos as críticas, sem cultivar rupturas.

Otimistas e certos da decisão encaminhada, não tenho dúvidas que os mais de 60 Sindicatos Filiados à Federação dos Empregados no Comércio do Estado de São Paulo chegam à UGT para dar musculatura ao sindicalismo ético e inovador que esta Central pratica para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida da classe trabalhadora.  

Seja na Capital, na Baixada Santista ou no Interior do Estado, estamos prontos e dispostos a compartilhar, com as demais categorias que integram a UGT, nossa organização estadual e nosso poder de mobilização.  

Somos forjados num sindicalismo alicerçado na unidade e na lealdade, princípios que balizam nossas condutas e nossas ações em toda nossa base comerciária do Estado. Assim vamos permanecer!

Reconheço na data de hoje, 13 de fevereiro, a concretização da unidade comerciária em uma única Central, que agora se configura como a maior Central de Comerciários do Brasil.

Juntos, somos mais fortes. 

Luiz Carlos Motta 

Presidente