O Governo Federal apresentou uma proposta para ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR), passando de R$ 2.824,00 para R$ 5.000,00, o que deve beneficiar mais de 20 milhões de pessoas. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a medida permitirá que os valores antes destinados ao imposto sejam direcionados ao consumo de alimentos, roupas, remédios e lazer, ajudando a movimentar a economia. A expectativa é que essa mudança proporcione mais dignidade às famílias de baixa renda, garantindo melhores condições de vida.

JUSTIÇA FISCAL

Para compensar a redução da arrecadação, a proposta prevê a criação de uma tributação mínima sobre altas rendas. Essa cobrança atingirá cerca de 141,4 mil contribuintes, equivalente a 0,13% do total, que atualmente não contribuem com o IR. A alíquota poderá chegar a até 10% para pessoas que recebem a partir de R$ 600 mil por ano. Com isso, o governo busca equilibrar justiça fiscal, garantindo que quem ganha mais contribua mais, ao mesmo tempo em que amplia o poder de compra da população de menor renda.

APROVAÇÃO

A expectativa do Executivo é que a proposta seja aprovada no Congresso Nacional ainda este ano, de forma a entrar em vigor em 1º de janeiro de 2026. Rui Costa reconheceu que a oposição pode criar dificuldades, mas reforçou que a medida busca apenas tornar o País mais justo e menos desigual. Ele também rebateu críticas de prefeitos que temem perdas nas receitas municipais, explicando que a lógica não se sustenta, já que a correção da tabela do IR é uma demanda antiga da sociedade e não altera diretamente o repasse de tributos para estados e municípios.

CURTA

CAIU – A prévia da inflação de agosto, medida pelo IPCA-15, registrou deflação de 0,14%, após ter marcado alta de 0,33% em julho. Esse resultado representa a primeira inflação negativa desde julho de 2023 e o menor índice desde setembro de 2022, refletindo principalmente reduções no preço da energia elétrica, dos alimentos e da gasolina. Com o resultado, o acumulado em 12 meses caiu de 5,30% em julho para 4,95%, aproximando-se da meta do governo, que busca manter a inflação anual em 3%, com tolerância de até 4,5%.

Luiz Carlos Motta
Presidente